09 de Janeiro de 2006 - (Segunda-feira)
I
Paulo entrou
no seu escritório, acendeu as luminárias e, no seu ritual diário ligou o
computador. Enquanto o equipamento inicializava o sistema operacional, para
arejar o ambiente ele subiu as persianas e abriu a janela da sala que dava
vista para a avenida Campo Alto. Uma brisa matinal bafejou, circulou no espaço
e renovou o ar denso e abafado das últimas semanas. Desde a véspera do Natal
ali estivera fechado. Terminadas as festas, e o período de descanso, agora era
hora de retomar os trabalhos.
O relógio da sala marcava exatos 8:00h, horário de
verão.
Do segundo andar do prédio podia-se ver, lá fora, uma
cidade que ainda respirava o aroma festivo da “virada de ano”. A avenida,
esquinas e semáforos, mantinham-se ornamentadas com trenós, renas e
papais-noéis de isopor pintados em vermelho-encarnado e gigantescas estrelas revestidas
em papel alumínio. No chão negro do asfalto, pequenas nuvens brancas de papel
picado erguiam-se em redemoinho e se dispersavam ao sopro do vento matinal. Os veículos,
transitando em “primeira” marcha, congestionavam-se no meio fio da avenida e os
transeuntes, apressados, se deslocavam nas calçadas, rumo aos seus trabalhos. Contrastando
com a indolência dos últimos dias, a vida agitada retornava à cidade. As lojas em
frente, ainda sonolentas, uma a uma abriam suas portas e reativavam seus
negócios. Na praça frontal ao escritório, crianças num alarido corriam no
gramado embalando a linha de uma pipa, onde no papel verde levava aos céus a
esperança de um ano bom. Era uma manhã clara e ensolarada. O ar, purificado
pelo ano novo que chegara, trazia o prenúncio de mais um dia de verão com alta
nos ponteiros dos termômetros. Chuva? Estava um clima tão seco que precisaria
chover o dobro do habitual para revitalizar o solo e recompor a natureza ao seu
estágio normal. No entanto, as previsões não davam conta de precipitações
pluviométricas nas próximas vinte e quatro horas; não havia nuvens, o céu
estava límpido, azul-anil.
Nesse momento Estela, secretária do escritório, chegara.
Enfiou o rosto pela porta entreaberta, que se iluminou pelo raiar do sol que
refletiu pela janela, e cumprimentou com um sorriso faiscante nos lábios:
-Bom dia Paulo!
-Bom dia Estela. Tudo bem? Como foi de Natal e Ano
Novo?
-Foi maravilhoso! O ano de 2006 começou em altoastral!
– Novamente abriu um sorriso, quase infantil, clareado pela luz da alegria,
ostentando uma aliança no dedo anelar da mão direita. – Fiquei noiva ontem!
Paulo, ao ver que o motivo de todo aquele
contentamento era referendado pela aliança, felicitou-a com entusiasmo:
-Parabéns, Estela. Desejo a você e ao seu noivo eternas
felicidades. E que um pouco dessa boa energia se irradie aqui na empresa.
Aliás, estamos precisando! – Sorriu também, admirando aquela negra lindíssima, de
gestos refinados, querendo compartilhar daquele contentamento, embora ciente de
que vivia um momento de desafios. –
Estela, com uma aura venturosa, retirou-se e se
dirigiu à sua sala. Passou percorrendo com os olhos a acanhada sala de
recepção, onde havia um pequeno sofá num canto, e ao lado, sobre uma mesinha,
uma árvore de natal com bolas multicoloridas, fitas, e cartões de boas festas a
enfeitá-la. Levava no olhar um contraste com os festejos do dia anterior, pois a
semana lhe começava espinhosa. Além da prancheta de projetos, da qual era
exímia desenhista, deveria preparar o expediente do dia. E ali se acumulara
mais de duas semanas de trabalho... O volume de correspondências que retirara
na caixa dos correios do prédio definia bem a tônica das suas responsabilidades.
Paulo, por sua vez, acomodou-se confortavelmente na cadeira, ajeitou o mouse e
o teclado do computador e começou a acessar os sites de notícias. Como
de hábito, iniciava suas atividades diárias primeiramente se atualizando com as
notícias do mercado de engenharia e construção. Como se ausentara nos últimos
dias, estava ávido para saber o que ditavam os rumos da economia. Mormente com
o início oficial do novo ano. De início navegou pelo seu próprio site
para ver o gráfico do fluxo de clientes nos últimos dias, e, ao mesmo tempo
abriu o Explorer® e “baixou” os e-mails...
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tags: Inácio Dantas, romance policial brasileiro, crime pela internet
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